Casa de Farinha - 2006
O Sapo e a Bromélia - 2011
De Porto e Alma - 2012
Siranda - 2013
Fragmentos - 2014
Cartas - 2015
Joana Imaginária - 2019
Espetáculo criado para o I Encontro da Cultura Negra em Paraty. Baseado na mitologia africana da criação do mundo,foi trabalhado basicamente com improvisações sobre o tema.Depois da criação do mundo aborda o tráfico de escravos com a poesia Navio Negreiro de Castro Alves recitada. Elenco: Jorge Schutze, Mariana Sales, Omar, Derly e Vanda Mota. Músicos: Luís Perequê e os percussionistas Kati e Hamilton Vaz.


A companhia DançanteAto é conhecida por suas coreografias de dança contemporânea, que unem inspiração na cultura local e um elenco formado por jovens da região de Paraty. Com linguagem simples, o espetáculo “O Sapo e a Bromélia” foi concebido pela bailarina Vanda Mota e pelo compositor Luis Perequê, e conta a história de um sapo que pensa que é pássaro.



"As primeiras palavras - Alma, Corpo e Dança - foram ficando genéricas para definir intenção do Espetáculo. Especificamos: De corpo e alma em Paraty. O que eu realmente busco expressar é que ‘o corpo é a alma’. Tratar a matéria sutil que permeia matéria mais densa como fonte de manifestação de movimento. O viver em Paraty como ponto de partida comum a todos do grupo." (Vanda Mota)
"Estimulamos por meio de laboratórios, imagens e emoções, sentimentos e sensações, e a relação de cada um dos intérpretes com o meio que habitam. Como preparação técnica levamos em consideração que cada corpo que dança tem a sua própria bagagem, técnica e emocional." (Silvina Hurtado)
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À luz da música e da dança caiçara, emerge o indivíduo na comunidade... Criador dos seus próprios vínculos, suas próprias realidades. Corpos sensíveis que percebem o outro em sua individualidade, em seus sonhos e desilusões. A terra. O mar. Realidade móvel, cíclica, recriando-se no cotidiano de cada ser. Ciranda... “SIranda”... um SIM contemporâneo à resistência das nossas tradições e manifestações culturais.

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A Companhias DançanteAto 1 e 2
apresentam o programa Fragmentos, com
diversos trabalhos compostos durante o ano de 2014. Dentre eles, uma série de danças
sobre o poeta, político, músico e ator paratiense Zé Kleber, personagem
importante da nossa cidade. A programação conta ainda com um trabalho inspirado
no livro “Cartas a um jovem poeta”, de Rainer Maria Rilke, dançado pela Cia
DançanteAto 2, além de diversas performances criadas pelos bailarinos da
companhia DançanteAto 1. Todos os trabalhos têm a direção de Vanda Mota.








- Cartas - 2015
- Joana Imaginária - 2019
Joana
Imaginária- a personagem
Joana Imaginária é
uma personagem real da história do Brasil pouco citada nas obras de
historiadores. Sabe-se que ela foi a segunda mulher de Antônio Conselheiro, o
líder de Canudos, (comunidade que existiu no sertão da Bahia no final do século
dezenove que foi massacrada pelo exército da recém instaurada República dos
Estados Unidos do Brasil).
Aqui estão alguns
exemplos do material encontrado:
“1863 – Encontra-se na vila cearense de
Santa Quitéria, trabalhando no foro, vivendo com Joana Imaginária (Joana das
Imagens), com quem tem um filho, Aprígio.”
(A VIDA DE ANTONIO VICENTE
MENDES MACIEL 1830 – 1897 José Calasans)
“Mas
a semente estava aí e por algum motivo eles deixam Quixeramobirn,
seguem
para Tamboril, chegam a Campo Grande (hoje Guaraciaba do
Norte),
voltam ao Ipu, onde ele milita no fórum, outra vez Tamboril, onde se
dedica
ao magistério, Santa Quitéria, onde residiu por dois anos e teve uma
relação
amorosa com Joana Batista de Lima, a Joana Imaginária, com quem
teve
um filho, Joaquim Aprígio, cujo filho Joaquim Aprígio Filho, neto do
Conselheiro,
ainda hoje vive em Guaraciaba do Norte, relembra histórias
que
ouviu o pai contar e terá uma importância maior neste relato.”
(O sertão errante de
Antonio Conselheiro-Gilmar de Carvalho-Universidade Federal do Ceará)
Joana
Imaginária- o processo de
criação
A partir do pouco
material encontrado e das características que chamam atenção nessas citações,
foi construída uma visão da vida dessa mulher. Seu nome clama pelo uso da
imaginação e sua ligação com o líder Antônio Conselheiro nos faz acreditar que
se tratava de uma pessoa com fortes traços de personalidade já que numa época
tão adversa para as mulheres conseguia desenvolver um ofício artístico que lhe
proporcionava recursos financeiros e alimentavam seu espírito.
Quando a idéia
surgiu em 1994 como um possível espetáculo de dança, já havia uma concepção de
que Joana Imaginária influenciara o Conselheiro quanto a sua religiosidade e
que seu ofício a impediu de segui-lo para a peregrinação, o que lhe salvou a
vida, mas se tornou um foco de conflito de consciência e um transtorno para sua
vida já que foi perseguida pelo governo após a guerra como inimiga da república.
Nesse momento da
montagem chegou a ser construída uma estrutura coreográfica, mas o projeto foi
adiado.
Após 20 anos,
depois de criar e dirigir vários espetáculos da Companhia DançanteAto, criada
em 1998, Vanda Mota ingressou no
APA- Ateliê de Pesquisa do Ator,em 2016, sob a coordenação de Carlos Simioni e Stephane Brodt. Com o
apoio de Carlos Simioni, que assumiu
em parceria a criação e direção, reiniciou a montagem em 2017.
Foram utilizadas as
técnicas desenvolvidas no APA para nortear o trabalho de atriz, onde o
espetáculo está centrado. A dramaturgia foi sendo construída com as novas
pesquisas empreendidas pelos criadores e desenhada minuciosamente por Carlos Simioni.
Joana
Imaginária- o espetáculo
O espetáculo mostra
o ponto de vista de Joana como sobrevivente, (ela não estava em Canudos durante
a guerra que resultou no massacre), num universo atemporal,
Faz o público
entrar em contato com o trauma e a dor de participar deste episódio que
resultou na morte de seu companheiro, Antônio Conselheiro.
Joana enfrenta suas
próprias contradições como religiosa e ao mesmo tempo guerreira num processo da
memória que sempre a faz reviver a destruição e suas dores expondo um frágil
equilíbrio emocional de onde é salva somente pelo trabalho e pela
religiosidade.
Ao construir os
santos ela entra em contato com a profundidade de suas crenças e aspirações
entrando em estado de êxtase religioso e projetando em si mesma a santidade que
retrata nas imagens.