Espetáculos

K'un: o receptivo - 2001
Casa de Farinha - 2006
O Sapo e a Bromélia - 2011
De Porto e Alma - 2012
Siranda - 2013
Fragmentos - 2014

Cartas - 2015
Joana Imaginária - 2019



Espetáculo criado para o I Encontro da Cultura Negra em Paraty. Baseado na mitologia africana da criação do mundo,foi trabalhado basicamente com improvisações sobre o tema.Depois da criação do mundo aborda o tráfico de escravos com a poesia Navio Negreiro de Castro Alves recitada. Elenco: Jorge Schutze, Mariana Sales, Omar, Derly e Vanda Mota. Músicos: Luís Perequê e os percussionistas Kati e Hamilton Vaz. 

O espetáculo procura retratar os principais arquétipos do universo feminino tais como maternidade, sensualidade e amor. Elenco: Vanda Mota, Mariana Sales, Flávia, Diana Saviolli, Carolina Raed, Jorgelina e Veronica Diaz. 

O espetáculo mostra a trajetória de duas irmãs que deixam seu ambiente familiar e se deparam com as diferenças culturais que vem e vão com a ocorrência do turismo na cidade. As novas características sociais com que se deparam criam um conflito entre elas.Mas a tomada de consciência do próprio papel na vida faz com que os personagens revertam essa situação. O espetáculo Casa de Farinha fala das transformações inevitáveis que ocorrem na sociedade e de como se pode passar por isso sem perder o que nos é essencial: a dignidade. Foi encenado com vários elencos.


  






A companhia DançanteAto é conhecida por suas coreografias de dança contemporânea, que unem inspiração na cultura local e um elenco formado por jovens da região de Paraty. Com linguagem simples, o espetáculo “O Sapo e a Bromélia” foi concebido pela bailarina Vanda Mota e pelo compositor Luis Perequê, e conta a história de um sapo que pensa que é pássaro.





"As primeiras palavras - Alma, Corpo e Dança - foram ficando genéricas para definir intenção do Espetáculo. Especificamos: De corpo e alma em Paraty. O que eu realmente busco expressar é que ‘o corpo é a alma’. Tratar a matéria sutil que permeia matéria mais densa como fonte de manifestação de movimento. O viver em Paraty como ponto de partida comum a todos do grupo." (Vanda Mota)
"Estimulamos por meio de laboratórios, imagens e emoções, sentimentos e sensações, e a relação de cada um dos intérpretes com o meio que habitam. Como preparação técnica levamos em consideração que cada corpo que dança tem a sua própria bagagem, técnica e emocional." (Silvina Hurtado)








À luz da música e da dança caiçara, emerge o indivíduo na comunidade... Criador dos seus próprios vínculos, suas próprias realidades. Corpos sensíveis que percebem o outro em sua individualidade, em seus sonhos e desilusões. A terra. O mar. Realidade móvel, cíclica, recriando-se no cotidiano de cada ser. Ciranda... “SIranda”... um SIM contemporâneo à resistência das nossas tradições e manifestações culturais.

















A Companhias DançanteAto 1 e 2 apresentam o programa Fragmentos, com diversos trabalhos compostos durante o ano de 2014. Dentre eles, uma série de danças sobre o poeta, político, músico e ator paratiense Zé Kleber, personagem importante da nossa cidade. A programação conta ainda com um trabalho inspirado no livro “Cartas a um jovem poeta”, de Rainer Maria Rilke, dançado pela Cia DançanteAto 2, além de diversas performances criadas pelos bailarinos da companhia DançanteAto 1. Todos os trabalhos têm a direção de Vanda Mota.








  • Cartas - 2015

  • Joana Imaginária - 2019

Joana Imaginária- a personagem

Joana Imaginária é uma personagem real da história do Brasil pouco citada nas obras de historiadores. Sabe-se que ela foi a segunda mulher de Antônio Conselheiro, o líder de Canudos, (comunidade que existiu no sertão da Bahia no final do século dezenove que foi massacrada pelo exército da recém instaurada República dos Estados Unidos do Brasil).
Aqui estão alguns exemplos do material encontrado:

“1863 – Encontra-se na vila cearense de Santa Quitéria, trabalhando no foro, vivendo com Joana Imaginária (Joana das Imagens), com quem tem um filho, Aprígio.”
(A VIDA DE ANTONIO VICENTE MENDES MACIEL 1830 – 1897 José Calasans)


“Mas a semente estava aí e por algum motivo eles deixam Quixeramobirn,
seguem para Tamboril, chegam a Campo Grande (hoje Guaraciaba do
Norte), voltam ao Ipu, onde ele milita no fórum, outra vez Tamboril, onde se
dedica ao magistério, Santa Quitéria, onde residiu por dois anos e teve uma
relação amorosa com Joana Batista de Lima, a Joana Imaginária, com quem
teve um filho, Joaquim Aprígio, cujo filho Joaquim Aprígio Filho, neto do
Conselheiro, ainda hoje vive em Guaraciaba do Norte, relembra histórias
que ouviu o pai contar e terá uma importância maior neste relato.”
(O sertão errante de Antonio Conselheiro-Gilmar de Carvalho-Universidade Federal do Ceará)



Joana Imaginária- o processo de criação

A partir do pouco material encontrado e das características que chamam atenção nessas citações, foi construída uma visão da vida dessa mulher. Seu nome clama pelo uso da imaginação e sua ligação com o líder Antônio Conselheiro nos faz acreditar que se tratava de uma pessoa com fortes traços de personalidade já que numa época tão adversa para as mulheres conseguia desenvolver um ofício artístico que lhe proporcionava recursos financeiros e alimentavam seu espírito.
Quando a idéia surgiu em 1994 como um possível espetáculo de dança, já havia uma concepção de que Joana Imaginária influenciara o Conselheiro quanto a sua religiosidade e que seu ofício a impediu de segui-lo para a peregrinação, o que lhe salvou a vida, mas se tornou um foco de conflito de consciência e um transtorno para sua vida já que foi perseguida pelo governo após a guerra como inimiga da república.
Nesse momento da montagem chegou a ser construída uma estrutura coreográfica, mas o projeto foi adiado.
Após 20 anos, depois de criar e dirigir vários espetáculos da Companhia DançanteAto, criada em 1998, Vanda Mota ingressou no APA- Ateliê de Pesquisa do Ator,em 2016, sob a coordenação de Carlos Simioni e Stephane Brodt. Com o apoio de Carlos Simioni, que assumiu em parceria a criação e direção, reiniciou a montagem em 2017.
Foram utilizadas as técnicas desenvolvidas no APA para nortear o trabalho de atriz, onde o espetáculo está centrado. A dramaturgia foi sendo construída com as novas pesquisas empreendidas pelos criadores e desenhada minuciosamente por Carlos Simioni.

Joana Imaginária- o espetáculo

O espetáculo mostra o ponto de vista de Joana como sobrevivente, (ela não estava em Canudos durante a guerra que resultou no massacre), num universo atemporal,
Faz o público entrar em contato com o trauma e a dor de participar deste episódio que resultou na morte de seu companheiro, Antônio Conselheiro.
Joana enfrenta suas próprias contradições como religiosa e ao mesmo tempo guerreira num processo da memória que sempre a faz reviver a destruição e suas dores expondo um frágil equilíbrio emocional de onde é salva somente pelo trabalho e pela religiosidade.
Ao construir os santos ela entra em contato com a profundidade de suas crenças e aspirações entrando em estado de êxtase religioso e projetando em si mesma a santidade que retrata nas imagens.